segunda-feira, julho 24, 2023

Barbie: The Movie

Olá queridos leitores, estou de volta ao blog depois de 6 ANOS. A última vez que postei, eu tinha 16 anos, agora eu tenho 22. Já terminei o ensino médio e a faculdade. Sou formada em Produção Audiovisual, para quem não sabe, essa é a profissão de quem trabalha no cinema, TV e afins. Tudo o que tem a ver com som e imagem, o produtor audiovisual pode fazer parte. Atualmente trabalho com roteiro, e como alguém da área, eu não poderia perder a oportunidade de assistir o filme da Barbie e retornar ao meu blog da Barbie para escrever uma revisão/crítica. É a junção da minha infância e vida adulta. 

Desde que ouvi falar que um filme da Barbie com Margot Robbie dirigido por Greta Gerwig seria produzido fiquei extremamente animada. Greta Gerwig (Lady Bird) e seu marido Noah Baumbach (Frances Ha) são os roteiristas, eles são conhecidos por filmes independentes e de baixo custo classificados como mini tramas, são filmes que ficam na esfera de problemas pessoais (problema com família, namorado...). Barbie é um filme gigantesco, assim como filmes de super herói, esses filmes são as famosas arquitramas. 

⚠ AVISO DE SPOILERS À FRENTE ⚠

Barbie (2023) é um filme intrinsecamente feminista feito para meninas e mulheres, é claro que qualquer um pode e deve assistir, pois a mensagem final do filme é a petição por equidade entre homens e mulheres (basicamente o objetivo do feminismo). 

Na Barbielândia o mundo é perfeito, todos são perfeitos, todos são bonecos. Mas entre os bonecos há aqueles que questionam a realidade que estão inseridos. O Ken questiona o fato dos Kens não terem um lugar na Barbielândia, lá eles são cidadãos de segunda categoria (O Segundo Sexo, como Simone Beauvoir diria) que só existem a partir da validação de uma Barbie. A Barbie estereotipada desenvolve pensamentos de morte, celulite e pé chato (como se não existisse as Barbies de praia com pé chato). 

A Barbie tem uma conversa com o arquetipo de mentor, uma Barbie descabelada com o rosto rabiscado que está sempre dando espacates. E assim como Morfeu em Matrix, a Barbie acabada explica o que está acontecendo e dá a Barbie duas opções: Conhecer a verdade sobre o mundo ou continuar vivendo no mundo perfeito. Com um pouco de relutância a Barbie cede a primeira opção.

Ao chegar no mundo real, Barbie e Ken (sim, ele vai junto) descobrem uma realidade inversa do que eles estão acostumados, onde as mulheres são os cidadãos de segunda categoria e os homens se sustentam a partir de um sistema que os privilegiam, o patriarcado. Barbie procura sua dona para entender o que há de errado com ela, porém ela se depara com uma adolescente rude que diz algumas verdades na cara da Barbie. A nova geração não brinca mais com uma boneca branca estadunidense que incentiva o consumismo, futilidade e padrões impossíveis, a mesma se desaba a chorar. Barbie é resgatada pela Mattel, mas percebe que há algo de errado na empresa que alega ser empoderadora de meninas, mas é gerida somente por homens (Detalhe: A Mattel, nesse filme, só tem um único produto, a Barbie, não existe menção a Polly Pocket, Max Steel e etc). Enquanto isso Ken que só existia a partir da sombra da Barbie fica deslumbrado por um mundo onde os homens são vangloriados e mantidos em posições de poder.

A dona da boneca, na verdade, é a mãe da adolescente. Barbie foge da Mattel e vai de encontro com as duas, elas vão para a Barbielândia no intuito de resolver o problema da boneca. Nesse entretempo os diretores da Mattel estão atrás da Barbie. Ao chegar lá, Barbie, a adolescente e sua mãe se deparam com o reinado do Ken, ele trouxe o que aprendeu do mundo real para a Barbielândia. Os Kens poderiam lutar por igualdade, mas eles preferem transformar o mundo em um ditadura Kenzista, como dizia o famoso educador brasileiro Paulo Freire “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”. As Barbies servem os Ken, todas sofreram uma lavagem cerebral que só é revertida com um super discurso empoderador da mãe da adolescente. No ínicio do terceiro ato do filme, temos músicas do Ken, e de um modo bem Deus ex machina, Os Kens esquecem de votar a favor do reinado deles. Os diretores da Mattel basicamente aceitam o que está acontecendo por que estão lucrando.

O Ken entende o seu papel na Barbielêndia e a Barbie entende que os Kens merecem mais. Apesar de tudo, a nossa Barbie principal não está satisfeita, ela não sente que pertence mais aquele mundo. Barbie encontra sua criadora Ruth Handler (Seria isso uma analogia com o fato da versão dela boneca estar morrendo? Ela vai para o céu e encontra sua criadora (Deus)?) ela questiona o motivo pelo qual ela foi feita, no fundo temos a música "What I was made for?" de Billie Eilish:

♫ "Parecia tão viva, acontece que eu não sou real, apenas algo que você comprou. Para que eu fui feita?" 

Em um discurso emocionante, entendemos que o mundo real não é idealizado, ele simplesmente acontece. A tristeza e imperfeição é o que nos torna humanos. E durante um bela montagem com vários flashes de memórias de jovens meninas escutamos o refrão de What I was made for? em sobreposição. A Barbie torna-se humana. Ela é levado ao mundo real juntamente com a adolescente e sua mãe. 

FIM.

Barbie é um filme com uma estrutura bem conhecida - A Jornada do Herói, tocamos em vários aspectos filosóficos, eu gostei muito disso. Barbie é recomendado para maiores de 12 anos, assim como a maioria dos filmes de super herói e aventura. Esses filmes tem o objetivo de abranger o maior número de pessoas (para lucrar o máximo possível), portanto eles usam aspectos que agradam todas as faixas etárias. Barbie tem algumas piadinhas quentes, mas não é nada demais. O gênero que abrange todas as faixas etárias é a comédia, Michael CeraKate McKinnon são ótimos atores, famosos por fazerem filmes do mesmo gênero. Isso para mim, é um ponto negativo, por que eu sinto que os escritores perdem sua originalidade ao tentar se adequar ao que os grandes estúdios querem. Por outro lado temos o meu queridinho, Ryan Gosling 😍 fazendo comédia, ele é ótimo em qualquer gênero (Nota: assistam Dois Caras Legais (2016), filme de comédia com Ryan, está atualmente disponível no catálogo da Netflix e HBOMax). A Margot Robbie é uma deusa, ótima em tudo que é proposto a ela, "linda de morrer" como eu de 12 anos diria.

Outro ponto que me incomodou foi o final tão fácil "resovível", o Ken esquece de votar por que estava cantando, os diretores da Mattel tem todo o trabalho de ir para a Barbielândia e acabam por fazer nada lá, eles não tem muita relevância, são uma pista falsa, mas talvez seja intencional. O real problema (antagonista) do filme é a questão da Barbie consigo mesma "Para que eu fui feita?" uma questão que persegue a humanidade desde os primórdios do raciocínio lógico (filosofia ❤). A questão feminista é algo latente na história, mas não passa de um feminismo liberal que crítica algo, mas não existe uma discussão real ou proposta de resolução (a Mattel continua gerida por homens capitalistas que incentivam o consumismo desenfreado, assim como o estúdio Warner Bros.) é somente uma ilusão de consciência coletiva. 

Em conclusão, Barbie tem alguns erros comuns de arquitramas/blockbusters que me incomodam, mas a essência de mini trama de Greta e Noah é notável e bem desenvolvida. Os atores, maquiagem, figurinos, cenários, montagem são geniais, boa parte do cenário era real. O rosa foi bem dosado com outras cores no filme, nada que doesse os olhos. Pouco se fala do azul Barbie (Pantone 2985 C), extremamente presente nos lançamentos de bonecas da década de 2010, eu usei um cardigã nessa cor quando fui ao cinema assistir. Quem é fã de Barbie, entende várias referências e reconhece Barbies clássicas e para quem é fã de cinema entende várias referência de filmes importantes como 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Poderoso Chefão (1974) Orgulho e Preconceito (1995). Os créditos mostram lançamentos marcantes da Barbie (ao som de Nicki Minaj feat. Ice Spice). Quase chorei quando vi a Barbie Nikki, para quem acompanha o blog sabe que essa é a minha Barbie preferida. 

Nota para o filme 7/10.

Tirei uma foto na caixa enorme da Barbie. Da esquerda para direita: eu, minha prima Mariana e a minha prima Tawane (ela é a coodiretora dessa blog). É isso, bye bye queridos leitores.


Sinto que estou esquecendo de algo...


Hm...


Ah, meu Deus... Me esqueci do Alan 🤯.





terça-feira, janeiro 24, 2017

Reunião das Barbies: O sumiço do Pote de Estrelas



Olá queridos leitores, o blog está de volta então as minhas Barbies precisaram fazer uma reunião para ficarem sabendo das novidades do blog sem contar o atraso da Sassy e da Butterfly algo inesperado aconteceu no meio da reunião, assista e descubra como a Nick vai resolver toda essa bagunça...



segunda-feira, janeiro 23, 2017

Conzinhando com Barbie

Olá queridos leitores, este aqui é mais um Conzinhando com Barbie! Nesta edição a Barbie Veterinária vai nos ensinar fazer pizza .